Fotógrafo Segurando Câmera

Não se sabe a data precisa sobre a invenção da fotografia, pois desde a Antiguidade o homem já lidava com algumas experiências ligadas ao assunto. Porém, há dois princípios básicos que surgiram separadamente e que marcam a origem da fotografia: a câmara e escura e a existência de materiais fotossensíveis, isto é, materiais sensíveis à luz.

Câmara Escura

A câmara escura consiste em uma caixa preta, que detêm a entrada de luz, tendo apenas um pequeno orifício em um dos lados que permite a passagem de luz. Quando apontada para algum objeto, este reflete uma luz que projeta-se para o interior da caixa, formando, assim, a imagem do objeto invertido na parede oposta da caixa. Esse método proporciona a visão de qualquer objeto pelo orifício, projetando uma imagem maior ou menor dependendo do tamanho do orifício e da distância focal. Para a reflexão de uma imagem maior, mais clara e nítida, o físico Girolamo Cardano em 1550 solucionou o problema com a utilização de uma lente biconvexa no orifício, fenômeno conhecido como refração do vidro.

Fotossensibilidade

A fotossensibilidade, significa basicamente, a sensibilidade de um objeto à luz. No caso de reproduzir uma imagem é necessário uma material com alta fotossensibilidade. Um feito importante que contribui para a história da fotografia foi a descoberta do cientista Angelo Sala em 1604, quem analisou que determinado composto de prata escurecia quando exposto à luz. Na época, os sais de prata ou haleto eram os mais indicados para tal objetivo, pois eles se alteram rapidamente com ação da luz, escurecendo na mesma medida em quem recebem luz.

Primeira Fotografia

A maioria dos estudiosos consideram que a primeira fotografia tenha surgido em 1836 por Joseph Nicéphore Niépces, que desenvolveu a “Heliografia”, ainda que muito rudimentar, ela foi feita com uma espécie de verniz que possibilitava uma rápida secagem quando exposto à luz. O problema a ser superado era na hora da impressão, pois a imagem não se mantinha estável, devido a propriedade fotossensível da prata, que escurecia ao receber luz. O problema da nitidez e fixação da imagem no papel foi resolvido por volta de 1839 por Louis Daguerre, onde a imagem era convertida em prata metálica e exposta, e depois, a partir do vapor do mercúrio, o iodeto de prata se convertia em prata metálica.

George Eastman e a Kodak

Um outro capítulo que marcou para sempre a história da fotografia foi a insistência de George Eastman para tornar o processo da fotografia mais simples e eficaz. A primeira tentativa de Eastman foi substituir o vidro por uma base mais leve e flexível, utilizando primeiramente, o papel para o suporte da emulsão como um “porta-rolo”, que funcionava como as “portas-placas” de vidro, mas ainda era um pouco limitado. Por isso, o sistema “porta-rolos” foi substituído por uma película de colódio, mas que não foi suficiente para sustentar a emulsão.

Eastman, então, decidiu cobrir o papel com uma camada de gelatina comum solúvel e outra camada insolúvel, sensível à luz, e emulsionou, assim, o primeiro filme em rolo da história. Isso permitia a obtenção de várias chapas em um único rolo, e por isso, produziu uma câmera em 1888 que utilizasse desse filme chamada “Câmara Kodak”. Ela era leve e pequena, continha uma lente que possibilitava focalizar qualquer cena a partir de 2,5 de distância com o simples ato de apertar o botão. Essa funcionalidade da máquina gerou o famoso slogan “Você aperta o botão, nós fazemos o resto” e revolucionou de vez o modo de fotografar, tornando os outros processos obsoletos.

A Evolução da Fotografia

Câmera Antiga

O início do século XX foi marcado por grandes avanços na fotografia estática com o lançamento de lentes avançadas e câmeras portáteis de diferentes tamanhos e formatos. Na fabricação de lentes, destacaram-se fabricantes alemãs Carl Zeiss e Schneider que aumentaram a capacidade luminosa, contribuindo para uma imagem com melhor qualidade.

Em 1920 a fotografia de retrato ganha destaque em capas de jornais na Europa e nos Estados Unidos com fotos de políticos e personalidades importantes. A capacidade de congelar uma imagem, recurso muito utilizado para fotos de movimento, só veio se tornar possível com o surgimento das câmeras Ermanox e Leica com filmes de 35 mm e objetivas mais fáceis e simples de manusear. Isso proporcionou ao jornalismo a possibilidade do flagrante e do instante decisivo, isto é, o “lugar certo, na hora certa”, segundo Henrry Bresson.

Por volta de 1930 foram surgindo filmes mais sensíveis e o famoso flash da lâmpada, da maneira como conhecemos hoje, possibilitando fotografar em condições adversas de luz. Antes de ser aperfeiçoado o disparador de flash, era feito com pó de magnésio, altamente explosivo e perigoso, chegando a causar acidentes.

No fim desse século surge a digitalização, que supera expectativas, diminuindo o custo e alavancando a produção, com maior capacidade de armazenamento, produzindo fotos com alta qualidade e tornando a fotografia ainda mais acessível.